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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER É DA CONTA DA SOCIEDADE E
PROBLEMA DE TODOS NÓS!
A data de 25 de
novembro foi escolhido pelas Federações de Mulheres de todo mundo, como o
Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher
Achamos que isso
acontece só com a vizinha, mas a violência contra a mulher está acontecendo
dentro de todas as famílias. Um terço das brasileiras sofre agressões dentro
do lar. O número é assustador. E a agressão contra as fêmeas é absolutamente
democrática: atinge todas as classes sociais. A cada 15 minutos, no Estado
de São Paulo, uma mulher é espancada e a cada 12 uma é ameaçada.
Num estudo específico da Comissão de Mulheres da OAB de São Paulo, foram
contabilizados 21.880 casos, entre lesões corporais dolosas, maus tratos,
calúnia, difamação, constrangimento, estupro, atentado ao pudor, tentativa
de estupro e crimes sexuais com violência. Só no interior foram registrados
até setembro deste ano 110.956 casos.
Dentre as cidades do interior Americana tem um dos maiores índices de casos,
3.619, a recordista em violência contra mulher. Isto é altamente
preocupante, pois, estamos falando de uma cidade de menos de 200 mil
habitantes.
Entretanto, o que mais nos aflige mais são os casos não registrados, que se
somados aos índices oficiais, com certeza iriam nos estarrecer. Sabemos que
existem casos não denunciados por vergonha, medo de abandono, dependência do
companheiro para sobreviver (evitando que os filhos passem fome), por amor e
crença de que o agressor irá mudar, afinal, eles prometem sempre se
regenerar. Infelizmente muitas mulheres que ainda sonham reencontrar seu
príncipe, aquele que um dia lhes prometeu amor, fidelidade, companheirismo e
nem se dão conta de que ele virou um sapo.
A falta de informação também é um fator que contribuí para agravar
este estado de coisas, pois, inúmeras mulheres, desconhecem as Delegacias de
Mulheres, não sabem que têm direito a assistência jurídica gratuita, também
não têm conhecimento das Casas Abrigos, para onde podem ir com seus filhos
após sofrerem qualquer tipo de agressão.
Sem contar com a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que
cause dano emocional e diminuição da auto-estima, que prejudique e perturbe
o pleno desenvolvimento da mulher, vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição, insultos chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou por
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e a
auto-determinação, um dos maiores crimes praticados com as mulheres.
De fato, o homem que agride sistematicamente a sua mulher, está doente. E
precisa de ajuda. Assim como a mulher que se submete a essa violência eterna
e repetida, também precisa dessa mesma ajuda.
Ser saco-de-pancada não combina com a mulher guerreira que vem quebrando um
a um os grilhões da discriminação, restaurando seus direitos de cidadã,
expandindo sua capacidade intelectual restringida e reconquistando seu
verdadeiro valor, tão diminuído e desprezado, através de uma herança
cultural machista que precisa ser apagada de nossos inconscientes para que
possamos, homens e mulheres, viver em relativa harmonia, criando os filhos
com amor, sem neuroses e construindo assim, dia a dia, um mundo melhor do
que este (tão violento) em que vivemos hoje.
Nov/2006 |
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